O século XVIII é um período de transição entre a Destreza, predominante no século XVII e a esgrima moderna, de influência fundamentalmente Francesa, que se impôs a partir do século XIX. Em contraste com outros territórios europeus onde a produção de obras é mais intensa, na Península Ibérica do século XVIII a criação de obras de esgrima é escassa, ao contrário dos séculos anterior e posterior. Por isso, é interessante estudar os poucos trabalhos que chegaram até nós, para tentar saber até que ponto e de que forma foram incorporadas novas técnicas e conceitos, enquanto persistiam ou foram abandonadas noções e terminologia da Destreza.
A Espada Firme de Manoel Martins Firme (titulo e autor que devem ser assim ditos, juntos, por aprecio e memória do humor com que o autor nomeou a sua obra) é um destes textos de transição nos que a espada roupeira está em desaparição mas a esgrima do espadim ainda não a suplantou completamente.
Além do aparato crítico que a acompanha (autor, contexto, etc), o conteúdo da obra é:
Portada
Preliminares
Prologo
Definições
Introducção
Partidas
Recto baixo
Defesa
Jogo para canhotos. Recto alto
Para o direito se defender do canhoto
Breve resumo para a Espada Branca
Essa ultima secção tem considerável interesse pela sua mesma existência: o autor evidência, na linha do Thomas Luiz quase um século antes, diferentes estilos de esgrima para a escola ou desporto e para a luta real.
Uma obra sem dúvida de interesse para quem estude o S.XVIII ou, simplesmente, para quem quiser ter uma visão completa da evolução da esgrima na península ao longo da história.